Independência ou morte!
Amada igreja,
No 7 de Setembro lembramos o grito às margens do Ipiranga, mas é o brado do Calvário que, de fato, liberta: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). A independência política abriu caminhos para uma nação; a libertação em Cristo abre o caminho para a vida. Uma pode mudar bandeiras; a outra transforma corações.
A falsa liberdade que mata
Vivemos tempos em que “liberdade” muitas vezes é confundida com autonomia absoluta — fazer o que se quer, como se Deus não existisse. A Escritura é direta: “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). A independência de Deus não é progresso; é precipício. Uma pátria pode ser soberana e, ainda assim, seu povo estar cativo ao egoísmo, à idolatria do poder e às correntes invisíveis do pecado.
A verdadeira liberdade que salva
O Evangelho nos chama a uma liberdade diferente: não a licença para pecar, mas a libertação do poder do pecado para servir em amor (Gálatas 5.1,13). Cristo nos emancipa da tirania do “eu” e nos faz povo seu. Onde o Espírito do Senhor está, aí há liberdade — liberdade para perdoar, para repartir, para escolher a verdade quando a mentira rende mais cliques. Em termos reformados: a graça nos liberta para obedecer.
O chamado público da igreja
Patriotismo cristão não é culto à nação; é serviço ao próximo em nome de Jesus. Por isso:
Proclamamos o Evangelho como a única base de verdadeira liberdade (João 8.32).
Oramos pelas autoridades e trabalhamos pelo bem comum (1 Timóteo 2.1–2; Jeremias 29.7).
Praticamos justiça, misericórdia e honestidade nas pequenas e grandes decisões (Miquéias 6.8).
Formamos consciências à luz da Palavra, não à imagem das polarizações (Romanos 12.2).
Se queremos um Brasil livre, precisamos de brasileiros libertos. Uma sociedade justa nasce de corações regenerados.
Aplicações para nós, hoje
Confissão e arrependimento: independência do pecado começa aos pés da cruz (1 João 1.9).
Vida pública íntegra: pague o que deve, fale a verdade, honre compromissos; isso é cidadania do Reino.
Serviço e compaixão: transforme sua rua com atos de amor prático — a pátria também passa pela calçada da sua casa.
Intercessão perseverante: suplique por governantes, educadores, profissionais de segurança, líderes comunitários. O joelho dobrado endireita muito caminho torto.
Comunidade que brilha: que nossa igreja seja farol: acolhedora, bíblica, missionária, generosa e justa (Mateus 5.16).
Uma visão para a nação
“Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Salmo 33.12). Sonhamos com um Brasil onde crianças aprendam a amar a verdade, onde autoridades temam a Deus, onde a justiça não seja privilégio, onde o pobre seja lembrado, e onde o nome de Jesus seja confessado com liberdade e alegria. Não é utopia: é missão.
O grito da nossa fé ecoa mais alto: Independência do pecado, ou morte; dependência de Cristo, e vida!
Que o Senhor nos conceda graça para viver essa liberdade e proclamá-la com coragem. Comecemos em casa, avancemos na igreja, alcancemos a cidade. E que, ao celebrar a Independência do Brasil, testemunhemos a única liberdade que nenhum império pode dar e nenhum tirano pode tirar.
Com amor pastoral e esperança no Rei dos reis,
Rev. Phillipe Cunha