Categoria: Artigos
Data: 08/03/2025

No Dia Internacional da Mulher, honramos a trajetória de mulheres que, guiadas pela fé, escreveram histórias de impacto eterno. A Bíblia nos apresenta Lídia, uma mulher cujo coração aberto ao evangelho foi decisivo para o surgimento da primeira igreja na Europa. Sua vida nos lembra que Deus usa mulheres não apenas como receptoras da graça, mas como agentes ativas em Sua obra — um legado que ecoa desde os tempos apostólicos até hoje.


Em Atos 16:14-15, lemos que Lídia, uma empreendedora de Tiatira, ouviu Paulo pregar às margens do rio em Filipos. O texto afirma que "o Senhor lhe abriu o coração", e ela não apenas creu, mas imediatamente se colocou à disposição do Reino: batizou-se com sua casa e ofereceu seu lar como base para a igreja nascente. Sua hospitalidade e liderança prática foram alicerces para a expansão do evangelho na Macedônia. Lídia não esperou por permissões culturais; agiu com ousadia, mostrando que a influência feminina na igreja começa onde há coração transformado e mãos dispostas a servir (Provérbios 31:20).


Na Reforma Protestante, mulheres piedosas também deixaram marcas profundas. Catarina von Bora, esposa de Martinho Lutero, não foi apenas uma companheira, mas uma parceira estratégica: administrava o lar, hospedava estudantes de teologia e influenciava discussões teológicas. Idelette Calvin, esposa de João Calvino, era conhecida por seu caráter forte e apoio discreto, porém vital, ao ministério do reformador. Além delas, mães como Anna Reinhard (esposa de Ulrico Zuínglio) e Jeanne d’Albret (rainha de Navarra e mãe do futuro rei Henrique IV, defensora dos huguenotes) nutriram lares onde a fé reformada floresceu. Susanna Wesley, mãe de John e Charles Wesley, no século XVIII, é outro exemplo notável: mesmo em meio a desafios, dedicou-se ao ensino bíblico de seus 19 filhos, plantando sementes que germinariam em avivamento.


Hoje, o legado dessas mulheres continua vivo. Na igreja contemporânea, mulheres piedosas são mestras de crianças, conselheiras, missionárias, escritoras, líderes de ministérios de misericórdia e intercessoras que sustentam a obra de Deus em oração (Romanos 16:1-2Atos 9:36). Como Dorcas, que vestia os necessitados, ou Priscila, que auxiliou Apolo no entendimento das Escrituras (Atos 18:26), elas cumprem chamados únicos, sempre sob a orientação das Escrituras. A Bíblia não silencia seu valor: "A mulher sábia edifica a sua casa" (Provérbios 14:1), e essa construção vai além das paredes físicas — alcança vidas, comunidades e gerações.


Neste dia, celebramos não apenas o passado, mas o presente. Mulheres que, como Lídia, abrem seus lares para grupos de estudo; mães que oram por filhos desviados; jovens que evangelizam nas universidades; idosas que ensinam a perseverança na fé (Tito 2:3-5). Seu trabalho muitas vezes é discreto, mas indispensável, como raízes que sustentam uma árvore frutífera. A Palavra nos exorta: "Não desprezeis o dia das coisas pequenas" (Zacarias 4:10), pois é na fidelidade cotidiana que Deus constrói Seu Reino.

Que o exemplo de Lídia, das mulheres da Reforma e das inúmeras servas anônimas de hoje nos inspire a valorizar cada papel, reconhecendo que "todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo" (1 Coríntios 12:12). Em Cristo, homens e mulheres são igualmente amados, capacitados e chamados a glorificar Deus com seus dons — seja nos bastidores ou em posições de visibilidade.


Que neste Dia Internacional da Mulher, toda a igreja celebre com gratidão as Lídias modernas: mulheres que, com coragem e piedade, continuam a moldar a história da redenção.


"Elas são conhecidas pelas suas boas obras, [...] pela prática de todo tipo de boas ações." (1 Timóteo 5:10)



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